Reportagem de Patrícia Dumont no jornal Hoje em Dia

Como já disse antes: "Sempre digo muito obrigada por sair no jornal, porém nunca publico. Acho que é um pouco de egoísmo da  minha pessoa ou o fato de quer aparecer menos. Tenho receio de ser exibida e ridícula." Porém resolvi estar divulgando algumas reportagens. Não todas! Espero que os jornalistas me entendam!



Limitação física não impõe limites ao desejo de viver a vida

Ela escreve, cria, desenha, colore e pinta com os pés. Em função de uma paralisia cerebral, diagnosticada aos 6 meses de vida, Priscila de Toledo Fonseca teve comprometidos os movimento dos braços, das mãos e a fala. Não deixou-se derrotar. Hoje, aos 29 anos, apoiada e incentivada, diária e constantemente, pela mãe, Geralda, superou-se.

Quem vê Priscila presa a uma cadeira de rodas e fragilizada pela deficiência nem imagina a quantidade de talentos que a garota tem. Prestes a lançar o segundo livro de poesias, produzido, escrito e ilustrado por ela mesma, tem apenas um desejo: mostrar ao mundo que é normal e ser alguém na vida.

A doença não afetou o lado cognitivo, intelectual de Priscila, comprometeu apenas as funções motoras. Por causa disso, ela precisa de sessões semanais de fisioterapia e depende de alguém para atividades comuns do cotidiano, como escovar os dentes, pentear o cabelo, tomar banho e comer. Barreira? Não, estímulo.

No site que mantém na internet (www.feitocomospes.com.br), ela conta, com mais desenvoltura, já que fala com bastante dificuldade, um pouco de sua história. “Quando ainda era bebê, minha mãe lia cartilhas educativas para mim tentando desenvolver meu intelecto e buscava tratamentos que melhorassem minha condição de vida. Lembro-me de uma professora de português que fazia provas extensas, com mais ou menos 50 questões para a turma. Minha mãe e eu demorávamos o dia todo, pois eu lia e dizia a resposta para que ela escrevesse”, relata.

Pessoalmente, porém, com os olhos atentos e fixados em quem fala com ela, resume as emoções, quase sempre, em gestos delicados, sorrisos espontâneos e algumas poucas palavras que a mãe, geralmente, tenta antecipar. É o gosto que tem de viver a vida.

“Priscila não reclama de nada. Faz tudo com gosto e muita vontade. Nem eu mesma sei onde ela quer chegar. E agora, Priscila, qual é a próxima empreitada?”, pergunta Geralda, em tom de brincadeira. No fim deste ano, a garota conclui o curso de design gráfico, na Universidade Estadual de Minas Gerais (Uemg), uma das mais bem conceituadas do país.

Sobre os empecilhos da vida às condições impostas a ela, a mãe vai logo dizendo. “Ela gosta de tirar fotos de situações que encontra no dia a dia e que são uma barreira aos deficientes. Mas enfrenta tudo como sempre faz”, diz.

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